Preliminar.
Em 1961, cinco jovens cineastas de classe média, oriundos do movimento estudantil universitário, realizavam o filme “ Cinco Vezes Favela”, produzido pelo Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE). Dirigido por Carlos Diegues, Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Marcos Farias e Miguel Borges, “Cinco Vezes Favela”  se tornaria um marco do cinema moderno brasileiro, um dos filmes fundadores do movimento cinematográfico que conquistaria o Brasil e o mundo, o Cinema Novo.
Projeto.
Neste 2009, a Luz Mágica Produções,  produtora de Carlos Diegues e Renata de Almeida Magalhães, está produzindo o longa-metragem “Cinco Vezes Favela,  Agora por nós mesmos”,  escrito, dirigido e realizado por jovens  cineastas moradores de favelas do Rio de Janeiro, treinados e capacitados a  partir de oficinas profissionalizantes de audiovisual ministradas por grandes  nomes do cinema brasileiro, como Nelson Pereira dos Santos, Ruy Guerra, Walter Lima Jr., Daniel Filho, Walter Salles, Fernando Meirelles, João Moreira Salles e muitos outros.
Objetivo.
1. Capacitar mão de obra nova e inédita para o mercado de trabalho formal do cinema brasileiro.
2. Tornar esses jovens porta-vozes deles mesmos, testemunhando através do cinema suas próprias vidas.
3. Intervir com idéias novas e novos modos de fazer na evolução do cinema brasileiro. Os filmes feitos por esses jovens cineastas buscam a imagem nunca vista; ou que só pode ser  vista, por dentro, do jeito que eles a registram. O conjunto desses filmes será, em breve, um novo e inevitável ponto de referência para cinema brasileiro contemporâneo.
Critérios.
Para a emersão desse cinema de modo expressivo, é preciso tirá-los do gueto e integrá-los, cultural e  economicamente, ao conjunto do cinema brasileiro, com respeito à sua natureza,  mas sem demagogia e sem olhar piedoso. Não se trata de um programa social; mas de uma invasão do centro do sistema pela sua margem, uma real intervenção na economia e na cultura do entretenimento e da arte  cinematográfica brasileira.  Esses jovens cineastas não desejam elogios por serem pobres,  mas pela qualidade de seu  trabalho.